4 de jun. de 2014

A BOCA DO DRAGÃO / SEMINÁRIO


A BOCA DO DRAGÃO - O PODER DAS PALAVRAS

Seminário para edificação da liderança da igreja

Introdução


Este seminário pretende levar para as lideranças da igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, um alerta sobre o que está saindo de nossas bocas, o que pode ter um efeito devastador nas vidas das pessoas.
Consiste em 7 partes:

1- “O Poder da Autoridade”
2- “Ministrar com Amor”
3- “Afirmações Repetitivas”
4- “Ordens de Bênção e de Maldição”
5- “Tempo de Juízes”
6- “A Devastação”
7- “A Cura”

Existe poder nas palavras que saem de nossa boca, e se tratando de um líder da igreja, elas surtem um efeito gigantesco, porque Deus conferiu poder espiritual a nós, à Sua igreja.

Não sendo um estudo de neurolinguística, este seminário é baseado na Bíblia Sagrada. Que Deus ilumine e abençoe nosso entendimento, para que possamos melhorar o nível de nossas palavras, tornando-nos pessoas mais saudáveis e conscientes do que falamos. Estes estudos estão consagrados a Deus e a Jesus Cristo que deram a inspiração, os fatos, as ideias e a orientação bíblica para a realização deste seminário. 

Parte 1: O poder da autoridade



Poder cristão, é somente o poder espiritual para exercermos determinada autoridade, seja para com nossos filhos ou para com a igreja. Não é um poder dominador, que precisa ter alguém subjugado nem ninguém abaixo de nós: 

"Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho"(2 Pedro 5:2 a 3). 

Cuidar é um voto de confiança que Deus nos deu, para podermos ministrar bênçãos para as pessoas. Devemos nos lembrar que na Bíblia está escrito que o Espírito Santo nos ensina todas as coisas, e que não é necessário ensinarmos uns aos outros: 

"Todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e será grande a paz de teus filhos"( Isaías 54:13). "Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito" (João 14:26). "Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine" (1 João 2:27).

Portanto quando ministramos, é o Espírito Santo quem está nos ensinando e não nós mesmos. Não somos nós que o fazemos. As pessoas que estão recebendo estão compreendendo pelo poder do Espírito Santo. Se ministrarmos pela nossa própria inteligência (ou ignorância), quem ouve não aproveitará. 
Será como uma aula de escola ou como o discurso do chefe em uma reunião da empresa. Isto é o efeito do bronze soando, descrito nas palavras do apóstolo Paulo: 

"Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine" (1 Coríntios 13:1), sendo que o ensino do Espírito Santo é baseado no amor.

O poder das autoridades na igreja de Jesus Cristo é o poder do amor. Quem ouvirá os conselhos de alguém que não cumprimenta, não olha, não compreende e não faz nada para demonstrar amor, e depois vai ao púlpito dar conselhos e exortações? Autoridade que não ama é feita de bronze e de pedra. Suas palavras são como areia seca onde deveriam brotar águas restauradoras.

Não podemos esquecer que, para uma pessoa ter autoridade espiritual, lhe é conferida uma unção, uma transferência de poder espiritual que nem a Jesus poupou, como no Seu batismo nas águas por João Batista: 

"Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galileia e por João foi batizado no rio Jordão" (Marcos 1:9). 

Ao profeta Eliseu foi conferida dupla unção pelo profeta Elias, seu antecessor (2 Reis 2:9 a 14). 

E a Pedro, foi dada a autoridade máxima da igreja primitiva pelo próprio Jesus, antes Dele subir aos Céuscom um “bônus” de autoridade para as palavras de Pedro: 

"Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; e o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus” (Mateus 16:19). 

Somos descendentes de Pedro. Temos poder em nossas palavras. Para o bem ou para o mal. É muita responsabilidade!



Parte 2: Ministrar com amor



Amor é uma linda palavra, é um sentimento, mas na verdade é uma atitude. É bem mais difícil praticar o amor com atos do que dizer “eu te amo”. O amor as vezes requer sacrifício, e nem todos estão dispostos ao sofrimento. Dizer “eu te amo” não dói nada e nos sentimos com a missão cumprida.

Mas amar com atos faz perder noites de sono, sacrificar refeições, levar-nos a  lugares que não gostamos, fazer coisas desagradáveis, passar calor ou frio, e até  “pagar um mico”. Nos faz aturar situações embaraçosas ou desconfortáveis... em resumo: esquecemos nosso próprio conforto para nos dedicar aos cuidados com o próximo. O mesmo precisa acontecer quando ministramos na igreja:

- O que estamos falando está sendo compreensível aos visitantes? Ou estamos falando um dialeto que só as pessoas antigas da igreja vão entender?

- Não está sendo longo o tempo de duração da ministração? Será que não está  saindo do propósito do assunto, e as pessoas estão desconfortáveis?

- A crítica que estamos fazendo alegremente não está atingindo negativamente alguma pessoa? Se criticamos jogadores de futebol, será que entre os ouvintes não está um jogador que dedicou muito de seus esforços nessa profissão?

- Aquele exemplo que queremos dar, para todos rirem, não está expondo à vergonha uma determinada pessoa da igreja? 

Estas coisas procedem da vaidade e da insegurança, para obter a aprovação dos ouvintes, mas causa o efeito contrário. Uma autoridade da igreja deve abrir mão disso e sacrificar sua vaidade a Cristo. Assim, todos os ouvintes serão abençoados e receberão a ministração como “águas vivas”, que saciarão a sede. O mesmo vale para aconselhamentos e orações:

- As palavras que estamos falando na oração não estão expondo à vergonha ou magoando a pessoa? Se precisarmos dizê-lo, no entanto, que falemos discretamente, sem gritar, não para que todos da congregação ouçam.

- Os conselhos que estamos dando não estão impondo o que gostaríamos que a pessoa fizesse, porque não conseguimos aceitá-la ou compreendê-la? Será que não a estamos manipulando?

Orar é amar. A batalha espiritual é feita contra principados e potestades do mal, e não contra as pessoas. 

Aconselhar é levar palavras de salvação, de vida, e Vida Eterna. Aconselhar é construir e não destruir, e nunca criticar ou julgar.

Uma autoridade espiritual não deve contar para ninguém sobre o que lhe foi confiado durante o aconselhamento. Deve guardar segredo. O que for espalhado sobre o assunto, é considerado maledicência.

Não podemos nos esquecer dos atributos do amor, que são os atributos do Espírito Santo, conforme os ensinamentos do apóstolo Paulo: 

"O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se na verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (1 Corintios 13:4 a 7). 

Em resumo: fazer as coisas de Deus com amor é deixar o Espírito Santo agir, diminuir nossos desejos e calar nossa carnalidade.


Parte 3: Afirmações repetitivas



Não foi à toa que Jesus perguntou 3 vezes a Pedro: “Pedro, tu me amas?” (João 21:15 a 17). 

Pedro estava triste porque negou a Jesus 3 vezes como foi previsto, e Jesus sabia disso. Dizer 3 vezes a Jesus que ele O amava fez de Pedro um homem mais feliz e realizado, cheio de confiança, e o fez esquecer do que o estava atormentando.

Podemos considerar bíblico que, quando queremos potencializar uma fala, podemos repeti-la 3 ou mais vezes, seguindo o exemplo de Jesus a Pedro.

Da mesma maneira, Deus falou com Pedro por 3 vezes, quando ele teve a visão do lençol com animais impuros, para que ele entendesse que aquela visão tratava-se de um ensinamento que ele usaria para os próximos acontecimentos, quando ele pregaria para gentios pela primeira vez (Atos 10:13 a 16). 

O mesmo aconteceu com o profeta Samuel, quando ouviu o primeiro chamado de Deus, na sua infância. Deus teve que chamá-lo por 3 vezes seguidas durante a noite, até ele entender que tratava-se da voz do Senhor (1 Samuel 3:3 a 11). 

Quando dizemos a uma pessoa que já tem a tendência de ser preguiçosa: “Você é preguiçosa”, e repetimos a frase diversas vezes, estamos potencializando a preguiça sobre sua vida, principalmente se formos autoridade espiritual sobre ela, um líder da igreja ou pai e mãe.

Essa pessoa terá muita dificuldade para se livrar da preguiça, porque esse defeito está sentenciado pela autoridade espiritual.

As pessoas consideram a opinião de uma autoridade, seja pai, mãe, professor, chefe, ou pastor, e acreditam no que eles falam.

Mas se dissermos à pessoa: “Você vai conseguir vencer a preguiça” e dissermos várias vezes, ela vai conseguir vencer. É muito importante afirmar, reafirmar e repetir que ela vai vencer. As pessoas esperam o melhor de quem é autoridade espiritual sobre elas.

Dizer à criança: “Eu gosto de você” e repeti-lo outras vezes, causa um efeito surpreendente. Ela sentirá que foi afirmado, reafirmado e ainda repetido que alguém gosta dela. Ela sentirá que é realmente muito importante o que está sendo falando, porque foi repetido várias vezes.

É uma “psicologia” de Jesus a Pedro. Dizer "Você vai conseguir" para um filho ou para um amigo, várias vezes, potencializa a capacidade dele de vencer a dificuldade.

No entanto, repetir inúmeras vezes para a criança, ou para alguém: “Você vai cair!”, “Você é burro”, “Você me deixa louca!”... são sentenças de destruição. São afirmações imperativas que podem destruir a auto confiança da criança, ou de um adulto.

Na igreja, criticar uma pessoa porque ela fez isto ou aquilo, pelo motivo de não concordar ou não entender, espalhar as notícias de seu “mau comportamento", não difere da feitiçaria. Isso poderá gerar acidentes, perdas, doenças, neuroses, desistência, ou até mesmo, a morte.

Com a língua, pode-se causar uma destruição sem precedentes, conforme Tiago advertiu na Bíblia: 

"Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!"(Tiago 3:5).

É preciso educar nossa fala, e pensar direito nas palavras. É preciso parar de jorrar palavras sem pensar. Falar sem pensar é desumano, porque não estamos utilizando a razão, razão esta que nos difere dos animais.

Existe um conceito errado de que o fluir do Espírito Santo não deve deixar a razão interferir. Não é assim. Se alguém não consegue deixar fluir o Espírito Santo, que não perca a razão. Que ore mais, busque mais, porque o Espírito Santo vem do Alto e é cheio de razão.

A verdadeira sã doutrina de Cristo é amar, perdoar e respeitar:

"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei" (Gálatas 5:22 a 23).

Sem perceber, pensamos e falamos coisas destruidoras contra nós mesmos, contra o nosso dia, e contra as coisas e pessoas que nos cercam: 

Que droga de segunda feira!”; "Esse trânsito maldito”; ou “esse infeliz desse irmão”. Precisamos mudar nosso vocabulário, mas antes, tem que ser mudada nossa atitude de vida, nosso coração.

Vamos cuidar  das nossas palavras, para não deixar o inimigo de nossas almas vencer a batalha.  Existe poder em nossas palavras, e elas precisam nos ajudar a vencer cada dia. Vamos lutar o "Bom Combate" com sabedoria.

Com a sabedoria baseada na Bíblia, que é a esperança e a confiança nas promessas de Deus, vamos tentar melhorar nossas palavras e nossa atitude frente ao próximo, convertendo verdadeiramente nosso coração a Deus.

Nunca esqueçamos de olhar várias vezes os 10 mandamentos que Deus deu a Moisés, para ele entregar ao povo de Deus, que está em Êxodo 20:1-17, e em Deuteronômio 5:6-21. 

Não cobiçar nada do próximo e não dar falso testemunho são os 2 últimos mandamentos, e é nisso que a igreja tem pecado constantemente. Nos compararmos com o irmão, deixa brecha para a cobiça. Cada um se contente com o que Deus tem dado para si, individualmente.

Fechar a boca e parar de comentar sobre vida e o comportamento dos irmãos, evita darmos falso testemunho, porque nosso julgamento a respeito do próximo é imperfeito, só Jesus pode julgar, porque Ele é perfeito.


Parte 4: Ordens de Bênção e de Maldição



Na Bíblia existem exemplos de desgraças que aconteceram, porque autoridades de Deus abriram a boca e amaldiçoaram determinada coisa ou determinada pessoa: 

Quando Jesus teve fome e procurou frutos na figueira, achando somente folhas, ordenou que ela nunca mais desse fruto. Ela secou  (Mateus 21:18-19). 

Isso aconteceu após Jesus ter saído de Jerusalém, onde entrou no templo e expulsou os comerciantes e virou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombos (Mateus 21:12). 

Logo após, curou cegos e coxos ali (Mateus 21:14). Foram atitudes de grande autoridade, para destruição e para bênção.

O profeta Eliseu amaldiçoou os rapazes que zombavam dele, e eles foram mortos por duas ursas que saíram do bosque (2 Reis 2:23 a 24). 

A ação de Eliseu que antecedeu essa desgraça, foi a purificação das águas em Jericó, quando ele abriu a boca e ordenou:  "Tornei saudáveis a estas águas; já não procederá daí morte nem esterilidade” e as águas ficaram puras até o dia de hoje “(2 Reis 2:21). 

Essas coisas aconteceram no início do ministério de Eliseu, logo após ele ter recebido do profeta Elias porção dobrada de sua unção ministerial. De sua boca saiu muito poder, tanto para bênção como para maldição.

Hoje em dia não é diferente. Como exemplo, em uma conferência evangélica,  um pastor convocou a igreja a orar para que determinada banda de Rock secular não viesse à cidade, e que esta banda se extinguisse. Depois de um tempo, os membros dessa banda começaram a adoecer, e a morrer. A banda realmente terminou.

A ação correta seria convocar a igreja para ir na porta do show e distribuir panfletos e convites, e orar, tanto pelos membros da banda como pelo público que iria ao show. 

Por exemplo, uma autoridade da igreja dizer que não se importa com a segurança dos jovens porque exageram em suas danças, pode gerar um acidente entre eles quando estiverem dançando. 

Ou se indignar com alguém da igreja porque esta comprou algo muito caro, além de suas posses, pode destruir esse objeto com a força da indignação, que é inveja amargurada, e acidentes podem vir a acontecer. 

"Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes é terrena, animal e demoníaca. Pois onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins" (Tiago 3:14 a 16).

Outro perigo que fica desapercebido é o da falta de atenção ao que se fala, gerando palavras automáticas que não passam pela razão ou pelo bom senso.

Um exemplo disso foi a oração de uma pessoa sobre um parente não convertido, durante uma reunião de oração, dizendo: “Satanás, você está amarrado na vida do meu familiar”, achando que com essas palavras estava fazendo uma batalha espiritual. Depois de poucos meses, esse familiar morreu.

As palavras ditas com fé e autoridade sem o devido cuidado, têm o poder de destruir. Na Bíblia é explicado tudo isso por Tiago, quando diz sabiamente: 

"Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno"(Tiago 3:6). 

Dando os porquês, em todo o capítulo 3, Tiago nos faz saber de onde vem as palavras destruidoras: da inveja amargurada, do sentimento faccioso e do fingimento, os quais não podemos deixar fazer morada em nossos corações.

Existem também os “atos falhos”, quando uma pessoa fala exatamente o contrário do que quer dizer, sem perceber. Por exemplo:

"Declaro que vocês serão privados de todos os seus bens”, quando deveria falar “Declaro que vocês serão restituídos de todos os seus bens”.

As vezes as pessoas falam assim no púlpito, sentenciando a igreja sem prestar atenção no que estão falando. É um ato mecânico, mas é preciso urgentemente despertar para o serviço de salvação que Deus nos conferiu, prestando atenção a todas as nossas palavras, ou seria melhor nos calar. 

Acredita-se que é preciso falar sem parar para convencer os ouvintes, mas não é verdade. Jesus mesmo disse que não é pelo muito falar que Deus nos ouvirá: 

"E orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos"(Mateus 6:7). 

A Bíblia diz: "Da boca de pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários, para fazeres emudecer o inimigo e o vingador"(Salmos 8:2). 

É preciso nascermos de novo, e sermos puros como as crianças, e perspicazes como as águias.



Parte 5: Tempo de juízes


Parece que hoje em dia vivemos o tempo bíblico de “Juízes”, quando não havia um rei em Israel e cada um fazia como bem lhe parecia.

Temos Jesus que veio governar espiritualmente para sempre sobre judeus e gentios, mas as diversas opiniões e denominações dividiram em pedaços a doutrina de Jesus, desde a igreja primitiva até este século. Em Romanos, o apóstolo Paulo fala sobre essas diferenças.

Hoje em dia, uns aceitam a tatuagem, outros dizem que é demoníaco. Uns concordam em abençoar um copo d´água para o doente beber, outros acham que é “crendice”. E muitas atitudes são proclamadas abençoadas e demoníacas ao mesmo tempo.

É um tempo difícil. Quem subsistirá em meio a tantas controvérsias? Paulo fala: 

"Eu sei e estou persuadido, no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si mesma impura, salvo para aquele que assim a considera; para esse é impura" (Romanos 14:14).

Por isso devemos orar e ler a Bíblia de ponta a ponta. Ela nos dará as respostas. A Bíblia é o testamento deixado por Deus para seus filhos.

Se nosso pai nos deixasse um testamento, ficaríamos com preguiça de ler? Claro que não: iriamos ler tudo para saber o que estávamos ganhando de herança. Então precisamos ler a Bíblia toda, e orar para Deus nos dar discernimento sobre tudo o que está escrito ali.

Precisamos vigiar para que ninguém nos engane, nem mesmo nossos pastores e líderes. E mais ainda se formos pastores e líderes, oremos para que não enganemos a ninguém.

Tudo, absolutamente tudo o que está escrito na Bíblia foi revelado a nós por Deus: 

"As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei" (Deuteronômio 29:29). 

Basta orarmos e pedirmos discernimento e revelação para que compreendamos tudo. As vezes é preciso a vigília de uma noite toda orando e lendo a Bíblia, para entendermos apenas alguns versículos. Mas ninguém disse que essa seria uma porta larga: é uma porta estreita, que entramos a custo de oração e tempo de dedicação: 

"Porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela" (Mateus 7:14).

A Bíblia é uma fonte inesgotável de revelação porque ela é a Palavra de Deus. Não é emocionante podermos hoje em dia ler o Antigo Testamento, que foi lido por Jesus?

Aquelas palavras não perderam o sentido por serem antigas, elas falam dos dias atuais porque são palavras de eternidade. E Deus sabia que hoje eu e você estaríamos lendo a Bíblia, então Ele fez Sua Palavra ser eterna. Serviu para os antigos, e serve para nós igualmente.

Se cada um se dedicar a ler a Bíblia orando e pedindo revelação, não por vaidade, ou por obrigação ou competição, mas porque ama a Palavra de Deus, para a compreender, nossa vida vai começar a se transformar.

Os que pregam não devem interpretar a Bíblia por sua própria mente, distorcendo o real significado do texto, acreditando no potencial do seu “achismo”, julgamento ou crítica: isso se torna uma palavra morta.

Existem pessoas pregando que não é preciso compreender determinado livro da Bíblia, que precisamos somente ler obedientemente sem nos preocupar em entender. Isso vai contra Deuteronômio 29:29pois tudo o que Deus nos deixou escrito na Bíblia Ele quer nos revelar. 

Também há ministros da igreja incentivando e recomendando a leitura da Bíblia pela "bíblia online", porque sabem que os jovens gostam mais da Internet, e não se interessam pela leitura no livro.

Mas mesmo que a "bíblia online" seja a da melhor versão, ela não é confiável, porque o ambiente da Internet pode ser invadido por hackers, e os textos podem ser adulterados.

Estamos vivendo na época onde a competição e a vaidade movem a maioria das pessoas. Vamos impedir que isso aconteça na igreja.

Ao longo dos tempos, como é descrito na Bíblia, Deus confiou e depois destruiu gerações de seu povo, por causa da rebeldia, desde o tempo de Noé.

Hoje não é diferente. Jesus já naquela época confessou: 

"Eu vim para lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder" (Lucas 12:49).

Portanto, vigiar é preciso. Não há liderança eficiente na igreja, se os líderes não vigiarem e orarem:

"Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhes firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo" 
(1 Pedro 5: 8 a 9). 


Parte 6: A devastação



Ficou comum no ambiente de trabalho, no grupo de amigos e na família haver comentários negativos sobre determinada pessoa, sobre seu comportamento e sua aparência, porque temos alguma diferença ou preconceito e não a compreendemos.

Isso se chama maledicência. É uma fagulha minúscula que gera um grande incêndio, conforme disse Tiago (Tiago 3:5). Causa uma enorme devastação. Na igreja, criticar o comportamento de determinada pessoa, mesmo que seja com o pretexto de dizer que ela precisa de oração, é destruidor: 

"Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz. Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és, que julgas o próximo?" (Tiago 4:11 a 12).

Se alguém teve um comportamento estranho ou bizarro, ou somente que vai contra nossos princípios, vamos orar em casa por essa pessoa, a sós com Deus: 

"Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6:6). 

Houve um fato muito impressionante com alguns irmãos que estavam sendo vítimas da maledicência na igreja: eles se sentiam “sujos” ao tocar nos objetos da igreja. Ouviam uma voz: “Você não pode tocar nisso”.

Davi fala: "Estou esquecido no coração deles, como morto; sou como vaso quebrado. Pois tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida"(Salmos 31:12 a 13). 

A maledicência é equivalente à feitiçaria:"Quem fecha os olhos imagina o mal, e, quando morde os lábios o executa"(Provérbios 16:30). 

Existe um efeito quase físico, empurrando uma pessoa para fora da igreja, quando uma autoridade espiritual está desejando que essa pessoa não permaneça mais ali, por algum motivo.

Muitas pessoas desistem de frequentar a igreja por causa dessa não aceitação, desprezo e exclusão, mesmo que nem uma só palavra seja dita: 

"Visto que, com o lado e com o ombro, dais empurrões e, com os chifres, impelis as fracas até as espalhardes fora"(Ezequiel 34:21). 
São as ovelhas fortes empurrando as mais fracas. 

Existe na Bíblia, o mau exemplo de Joabe, um homem do exército de Davi. Ele matou Amasa, do seu próprio exército, para não perder sua posição de liderança: "Disse o rei a Amasa: Convoca-me para dentro de três dias, os homens de Judá e apresenta-te aqui" (2 Samuel 20:4). 

Mas Amasa demorou para voltar com os homens, então Davi mandou seus outros soldados, entre eles Joabe. No caminho, Joabe se encontrou com Amasa: "Disse Joabe a Amasa: Vais bem, meu irmão? E, com a mão direita, lhe pegou a barba, para o beijar. Amasa não se importou com a espada que que estava na mão de Joabe, de sorte que este o feriu com ela no abdômen e lhe derramou as entranhas; não o feriu segunda vez, e morreu" (2 Samuel 20:9 a 10). 

Mas Davi, antes de morrer, instruiu Salomão a tomar providências a respeito de Joabe (1 Reis 2:5 a 6).

Já na história do mundo moderno, o que poucos sabem é que o famoso pintor Van Gogh em sua juventude, foi evangelista, pregador e missionário, dedicando-se a trabalhadores braçais mineradores, e a pobres e doentes. Também traduzia a Bíblia para o Holandês, língua falada no seu país.

Mas por ser um cristão inquieto, problemático e muito diferente dos outros, foi incompreendido e banido do seu ministério, aos 24 anos de idade, pelas autoridades protestantes da época, sob alegação de que "ele não era compatível à dignidade do cargo".

Isso colaborou espiritualmente, para que ele se tornasse um artista perturbado, e cometesse o suicídio anos mais tarde.

Atitudes que não condizem com as palavras também causam muito mal para o povo de Deus. Quem é da liderança da igreja, unge e ora pelas pessoas durante o culto, não pode tratá-las com desprezo na porta da igreja, ou nas comemorações ou reuniões sociais.

A igreja de nosso Senhor Jesus é reconhecida pelo amor. Precisa ser revista qual é a função de uma autoridade na igrejapara que seu trabalho ali não seja para entristecer e humilhar os outros:

"Quero portanto, que os varões orem levantando mãos santas, sem ira e sem animosidade" (1 Timóteo 2:8).

Precisamos acabar com as sentenças criadas pela maledicência. Por exemplo, uma pessoa do departamento infantil falar mal de uma criança pelo seu comportamento rebelde, somente potencializa o comportamento rebelde da criança, e invalida todo o seu trabalho dedicado no departamento.

O melhor seria orar pela criança, e demonstrar carinho por ela. Nada de criticar a criança com os irmãos: "Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?" (Tiago 3:11).

Palavras puritanas também causam estragos na igreja. Recém casados podem ficar com problemas de relacionamento, por causa do excesso de conselhos puritanos ministrados antes do casamento. 

Pessoas podem ficar mal vistas na igreja, por fofocas sobre sua vida conjugal errada de antes de se firmarem no evangelho. Esses conselhos e acusações provém da religiosidade. As palavras de Jesus evidenciam:

 "Como poderás dizer a teu irmão: Deixa, irmão, que eu tire o argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão" (Lucas 6:42). 

A atitude de um cristão ao falar mal das autoridades, como o prefeito, o governador e o presidente, é apenas a de juntar-se à corrente de maledicência mundana, reforçando e potencializando o mal ao seu país. Abrir a boca e abençoar seu país e orar por seus governantes é a atitude certa para quem é de Cristo: 

"Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação" (Romanos 13: 1 e 2).

Maledicência, crítica, julgamento, fofoca, intriga, atitude de desprezo, preconceito, puritanismo e inveja, palavras provenientes de maus pensamentos, causam uma verdadeira devastação na igreja: 

"Nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu próximo, nem ame o juramento falso; porque a todas estas cousas eu aborreço, diz o Senhor" (Zacarias 8:17). 

Tudo começa com os maus pensamentos. Precisamos ser curados, e renovar o nosso pensar, como aconselha Paulo: 

"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento" (Filipenses 4:8).


Parte 7: A cura



Precisamos de cura. Principalmente as pessoas que ministram na igreja. Mas realmente queremos ser curados? Queremos dar o “braço a torcer”? Precisamos ser curados a cada dia, e confessar nossos pecados uns aos outros, e pedindo orações.

As bênçãos de Deus são ilimitadas. Deus tem um reservatório infinito de bênçãos, não é preciso ter medo, o universo inteiro nos foi dado por Deus. Há lugar para todos, há bênçãos para todos. Se Deus tivesse poucas coisas para dar, poderíamos ficar brigando por migalhas e entrando em conflitos, mas não é assim, porque Deus nos deu tudo: 

"Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles" (Hebreus 1:1 a 4). 

Podemos viver confiantes em Deus, o que ele nos dá é bom, perfeito e agradável. 

Quando as coisas não parecerem tão agradáveis, não vamos ter maus pensamentos, vamos orar como fez Salomão: 

"Quando houver fome na terra ou peste, quando houver gafanhotos e larvas, quando o seu inimigo o cercar em qualquer das suas cidades ou houver alguma praga ou doença, toda oração e súplica que qualquer homem ou todo o teu povo de Israel fizer, conhecendo cada um a chaga do seu coração e estendendo as mãos para o rumo desta casa, ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos, já que lhes conheces o coração, porque tu, só tu, és o conhecedor do coração de todos os filhos dos homens; para que te temam todos os dias que viverem na terra que deste a nossos pais" (1 Reis 8:37 a 40). 

Devemos seguir o sábio conselho de Salomão: "Seja perfeito o vosso coração para com o Senhor, nosso Deus, para andares nos seus estatutos e guardares os seus mandamentos, como hoje o fazeis" 
(1 Reis 8:61).

Mais uma vez, 
nunca esqueçamos de olhar várias vezes os 10 mandamentos que Deus deu a Moisés, para ele entregar ao povo de Deus, que está em Êxodo 20:1-17, e em Deuteronômio 5:6-21.

Abrindo um parêntese, nem podemos nos esquecer de guardarmos o sábado. Devemos parar de trabalhar e de tratar de nossos próprios negócios no sábado, de acordo com o mandamento número 4 dos 10 mandamentos 
(Deuteronômio 5:12-15). Um dia de descanso , para fazermos o Bem e dedicarmos ao Senhor é um mandamento de Deus, por isso, devemos obedecê-lo, se quisermos honrar nosso Deus e termos uma vida saudável.

Devemos também nos humilhar na presença de Deus: "Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo; se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei sua terra" (2 Crônicas 7:13 a 14). 

E como nos aconselha Pedro: "Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" 
(2 Pedro 5:6 a 7).

Quem sofre, não precisa mais abrir a boca para murmurar. Encara a aflição, e ora, pois Deus habita com o aflito: 

"Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso? Porque a minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o Senhor, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra" (Isaías 66:1 e 2).

Para sermos curados, precisamos levantar um clamor, não somente por nós mesmos, mas por aqueles a quem gostaríamos de maldizer, por causa de seu comportamento errado: 

"Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama, como água, o coração perante o Senhor; levanta a ele as mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas" (Lamentações 2:19).

No mundo espiritual existem águas purificadoras que saem do trono de Deus, como é descrito em Ezequiel 47:1 a 12. 

Existem águas que batem nos tornozelos, para quem tem medo de água; águas que batem nos joelhos, para quem gosta de andar na água; águas que dão na cintura, para quem ainda não sabe nadar; e um rio, para quem gosta de nadar e mergulhar. Deus tem a medida certa de tratamento para cada tipo de pessoa. Precisamos nos dispor a estar sendo purificados pelas águas do Espírito Santo de Deus: não vai doer nada!

O Senhor desperta o nosso espírito, através do seu Espírito Santo: "O Senhor despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Senhor dos Exércitos, seu Deus..." (Ageu 1:14). 

E o Espírito Santo nos ajuda a orar: "Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis" (Romanos 8:26). 

Finalmente, como fez Davi em toda a sua vida, vamos usar nossas bocas para bendizer, louvar e dar testemunho de quem é nosso Deus: 

"Bendirei o Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios. Gloriar-se-á no Senhor a minha alma; os humildes o ouvirão e se alegrarão. Engrandecei o Senhor comigo, e todos à uma, lhe exaltemos o nome" (Salmo 34: 1 a 3).

E vamos seguir seu conselho, no mesmo Salmo 34:
 "Quem é o homem que ama a vida e quer longevidade para ver o bem? Refreia a língua do mal e os lábios de falarem dolosamente. Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la"(Salmo 34:12 a 14).



Refreia a língua do mal.  
Procura a paz. 
Empenha-te por alcançá-la.



Vamos lutar contra essa boca do dragão,
impedindo que ela fale
através de nós.